quinta-feira, 23 de abril de 2015

E agora, Brasil gentil?



Disponível em: http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/10/E-agora-Jose-Serra.jpg

Parafraseando Drummond...

E agora, Brasil?
a Copa acabou,
a Alemanha ganhou,
o dinheiro sumiu,
a torcida esfriou.

E agora, Brasil?
e agora, você?
você que é tão grande,
que brinca com os outros,
que faz tantos acordos
que vende bilhetes
e agora, Brasil?

Esta grande mulher
se perdeu no discurso,
está sem recurso,
já não pode dar de comer,
já não pode ensinar,
aprender ainda pode!

A estrada fechou,
o caminhão já não veio,
o emprego não veio,
o dinheiro levou,
não veio a alegria
e o poço secou
e tudo sumiu
na estrada,
tudo se estragou,
e agora, Brasil?

E agora, pátria mãe?
Seu poder da palavra,
sua jeitinho pra tudo,
e não resolve nada!
sua gula e malícia,
sua triste esperteza,
sua grande riqueza,
seu terno manchado,
seu ouro roubado,
seu egoísmo - e agora?

Com a chave na mão
quer entrar em casa,
não existe casa!
E no cemitério,
nem terreno lá tem!
Ir para a Petrobrás?
Já era, rapaz!
Brasil, e agora?

Se você gritasse,
se você protestasse,
se batesse no peito,
se você enxergasse
o horizonte escuro,
se você brigasse,
se você acordasse...
Mas você não acorda,
você está duro, Brasil!

Só,
no seu mundinho,
qual tatuzinho,
sem ânimo,
sem teto,
(ele caiu!)
sem carro mil
pra poder escapar,
você anda,
Brasil, para onde?


Adolfo Hickmann e Girlane Hickmann

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Corrente do Bem



A corrente do Bem


            Você já parou para pensar nas consequências que uma atitude positiva pode ter na vida das pessoas? Pois é, eu tenho sido prova-viva dos benefícios dessas atitudes de bondade das pessoas. Sabe o que é mais interessante? É que muitas vezes nem sabemos que estamos beneficiando alguém, não é?
            O grande problema da Humanidade está em focalizar apenas nos problemas que ocorrem no nosso cotidiano, esquecendo-se dos benefícios, das boas ações, das pessoas maravilhosas que nos abençoam no decorrer de nossas vidas. Por isso, resolvi escrever estas linhas: para exaltar o Bem que tantas pessoas têm propiciado a mim e que, tenho certeza, irão beneficiar outros tantos outros, porque darei continuidade a essa corrente do Bem.
Para isso, farei um recorte breve da minha longa trajetória, enfocando os últimos acontecimentos que têm transformado minha vida, desde dezembro de 2012.
Uma jovem saiu do Nordeste em 2012 para tentar o Mestrado na UFPR. Quem, em sã consciência, gastaria três viagens do Piauí para Curitiba, arriscando passar em uma prova concorridíssima, não conhecendo nada da cultura, dos costumes de uma terra tão distante? Provavelmente, alguém que é sonhadora, persistente, lutadora e, especialmente, educadora!
Sim! Ela teve a coragem que muitos não têm! Enfrentou dificuldades, foi criativa com tudo, inclusive com os parcos recursos financeiros de que dispunha, apresentou seu projeto, fez os exames, passou por uma banca rigorosíssima e..foi aprovada! Os integrantes da banca examinadora da UFPR acreditaram no seu potencial! Não somente isso: ainda ganhou uma bolsa de estudos pelo ineditismo e competência que demonstrou.
Um professor, que muitos poderiam dizer que é um maluco, trocou seu aparente conforto no Amazonas para buscar seus sonhos. Retornando à sua região de origem, enfrentou inúmeras dificuldades e provas. Acreditou que poderia fazer mais em sua carreira de educador. Ousou, arriscou tudo o que tinha, perdeu, levantou a cabeça e continuou creditando. Quando tudo pareceu ter fim, uma mão abençoada lhe foi estendida: o sinal claro de que Deus nunca o abandonou reluziu em sua vida e uma igreja lhe abriu as portas e as janelas e o acolheu de braços abertos.
Poucos dias depois, os dois professores se conhecem e percebem que são almas gêmeas. Ali começou uma grande amizade, um vínculo maravilhoso de colaboração mútua, de auxílio, de dedicação que resultou mais tarde num lindo matrimônio abençoado por Deus.
Lutas, mestrado, emprego, dificuldades, sofrimento, vitórias diárias, compartilhamentos e revelações de coisas magníficas em suas vidas foram acontecendo dia após dia, semana após semana. Novas propostas, novas portas que se abrem e muitas que se fecham. Adaptações ao clima, aos costumes, a tudo enfim.
Para professores, o aprendizado é diário: a luta do conhecimento é superada a cada dia, a cada aula, a cada livro novo, a cada nova pesquisa sobre determinado assunto. Mundo revelado, revelando-se. Mais além, mais alto que tudo: novos conhecimentos espirituais que nos transformam, sensibilizam-nos para a realidade existente ao nosso redor. Dores que não se aplacam, crueldade das pessoas diante dos sofrimentos alheios, falta de gentileza das pessoas, insensibilidade. Tudo contrasta com a Suprema Bondade do Senhor Deus, através das Sagradas Escrituras, dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, do seu legado, do seu exemplo para nós. Nossos corações são trabalhados, dia após dia: caímos e levantamos. Lemos e aprendemos a cada instante.
Há pessoas, há atitudes que são pedras preciosas! Num determinado dia, a notícia de um Seminário no Mestrado da UFPR: Teoria das Representações Sociais. Inscrevi-me, fui aceito! No primeiro dia, cheguei um pouco atrasado, sento-me, um pouco sem jeito. Ao meu lado estava a pessoa que tem se tornado minha referência nos estudos da Psicossociologia do Desenvolvimento Humano, tem sido meu farol dentro do meio acadêmico e sem, talvez saber, vem abrindo meus olhos para diversas realidades que eu ainda não havia percebido, durante tantos anos como professor.
Então, será que a bondade, o amor, a caridade são atributos divinos? Claro que sim. Pois nos são dados por mãos de pessoas usadas por Deus para nos abençoar e para que nós também saibamos abençoar aos que de nós se aproximam. É uma CORRENTE DO BEM: cada vez que beneficiamos alguém, damos início a um processo que não se interromperá mais, que passará de geração em geração.
Importante é nossa gratidão a tudo o que temos recebido. Por isso, agradeço ao Senhor Deus por ter colocado pessoas maravilhosas, verdadeiros anjos de luz em meu caminho: meu falecido pai, Guido Hickmann que sempre acreditou nos meus projetos; minha amada mãe, Esmeralda, e meus irmãos que me apoiaram e orientaram em minhas decisões; meus filhos, Juliana e Tiago Hickmann e sua avó, Marlina que compreenderam a necessidade da minha mudança e me apoiam nas minhas decisões; Girlane Hickman, minha esposa amada, amiga e fiel companheira, filha de Deus e farol dos meus dias e noites; Dra. Francisca Zaina, minha primeira amiga de Curitiba e que participou de um momento crucial de minha mudança; pastor Reginaldo, Pastor Davi Ferraz e toda a Igreja Nova Vida, que me receberam de braços abertos e têm sido verdadeiros professores no nosso desenvolvimento espiritual; meu amigo Adilson Frâncio, Corretor Imobiliário, amigo e companheiro em minha segunda profissão; Profa. Dra. Suzane Lohr que acreditou no potencial e no projeto da Gi; Profa. Dra. Araci Asinelli que tem sido mais uma verdadeira mãe, abrindo-me os horizontes para tantas realidades da educação brasileira e mostrando-me coisas que eu não teria percebido sem sua ajuda. Agradeço aos amigos (a lista é realmente ENORME!) que me incentivaram a lutar e a superar obstáculos. Enfim, agradeço aos olhares, gestos, palavras e manifestações de amor e de bondade que tenho recebido em minha trajetória de vida, das mais diversas pessoas, nos momentos mais inusitados e difíceis.
Gratidão, afeto, respeito, reconhecimento e amor não causam dor, mas fazem tão bem ao mundo.
Obrigado! Muitíssimo obrigado por tudo!

Professor Adolfo Hickmann


Curitiba, 06 de setembro de 2013.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Questões da vida com as quais precisamos aprender a lidar




Resumo: Certas circunstâncias, como frustrações, rejeição, perdas e decepções, causam dor, medo, tristeza e são difíceis de lidar, porém são inevitáveis e fundamentais para o nosso crescimento. O texto abaixo é uma síntese da análise feita pelo pastor Silas Malafaia (DVD), sob a luz da Palavra de Deus, sobre como devemos enfrentar certas situações adversas e o que podemos fazer para revertê-las em bênção.

Por que eu estaria escrevendo para vocês sobre algo falado por outra pessoa?

Muito simples. Primeiro porque estou passando pela prova, assim como meus familiares, por conta da perda que tive do meu amado pai e também de minha amada cunhada, em decorrência de um acidente automobilístico. Segundo, porque como cristão, sinto-me feliz em poder compartilhar um assunto tão importante e recorrente. Espero então que aproveitem a leitura, reflitam e compartilhem com pessoas que também precisam dessas palavras de Deus para todos.

DOR, MEDO E TRISTEZA são fundamentais para a nossa sobrevivência!
A tristeza, por exemplo, é um mecanismo psíquico de reflexão sobre a vida. Ela tem o poder de nos fazer valorizar a realidade.



Mas como posso lidar com essas questões?



  1. CANALIZE essas questões para alguma coisa boa.

II Coríntios, 1: 8-9 “(...) aprendi com isso a depender mais de Deus.”
Salmos 119:71 “Foi-me bom ter sido atingido para que aprendesse a Sua lei.”

2.    Os “nãos” da vida servem para que procuremos o “sim”.
Moisés, em Números 26:16-17, ao invés de ficar lamentado sobre a decisão de Deus, diz: “Senhor, que vai me suceder (para que eu o prepare)?”

Analise a situação de sua frustração e se pergunte:

·         O que eu subestimei?
·         A que (ou a quem) eu não dei a importância devida?
·         O que deixei de lado que não era para deixar?
·         Eu perdi por quê?
CANALIZE para que você possa ser vencedor (vencedora)!
José do Egito foi um exemplo de campeão em relacionamentos: ao verificar a rejeição dele por parte dos irmãos, tomou o pensamento de que por onde fosse, seria aceito. Resultado? Governador do Egito! Manteve a descendência do plano de Deus e foi abençoado.
Quem te decepcionou lá atrás poderá ser útil para você agora ou no futuro. As pessoas mudam, arrependem-se e são transformadas.
Quer perdas maiores que as de Jó?
A atitude dele diante das adversidades: “Perdi tudo? Vou orar para que Deus mude minha sorte!”

3.    Não supervalorize as questões adversas!
4.    Não se entregue a nenhuma dessas questões.
Provérbios 24:10
Você está VIVO!
Há bênçãos de Deus para você!
Há portas abertas para você!
Há projetos de Deus para você!

5.    Aceite essas questões da vida para que não tomem uma proporção incontrolável. Não finja que não está acontecendo nada com você! Aceite esse momento da vida!
Mas aceitar não é se entregar; é entender o momento até para sair dele!

6.    Desloque o olhar para coisas melhores! 
Mude o foco, conforme Paulo nos ensina, olhe para frente, para a vitória, para a bênção!

7.    CREIA EM DEUS!
Salmos 27:13; 42:8; 30:5 “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.”; 34:19; 89:6-13; 115:3; 125.

8.    A questão do nosso PECADO: só com Deus, por meio de Jesus Cristo, é resolvida!
O pecado gera a morte eterna, mas há um Deus de Amor, o Senhor Jeová, que quer mudar a nossa vida, que quer nos restaurar, que quer nos perdoar.

A partir do momento em que nos endireitarmos com Deus, todas essas questões terão outra dimensão para nós!

terça-feira, 28 de maio de 2013

O pesado madeiro da indiferença

Era mais um dia daqueles fatídicos: o frio era intenso e o céu estava nublado, acinzentado, esperando por mais uma fria chuva. Já era por volta das 3h da tarde, quando passei por uma avenida menos movimentada e observei a cena que me chamou muito a atenção: na calçada, andando a pé, na contramão, vinha um cidadão, de aparência extremamente simples, roupas castigadas pelo tempo, rosto que estampava a dor do sofrimento e o cansaço que trazia em seu próprio corpo, carregando dois longos madeiros notoriamente bem pesados.


Passei, mas aquilo ficou impregnado em minha mente: o pensamento insistiu em permanecer em minha memória, chamando-me à responsabilidade. Uma voz bradou em meu subconsciente:
“- Volte e registre esse fato! Use suas habilidades de escritor e compartilhe o que está vendo!”
Dei a volta dois quarteirões adiante e calculei, mais ou menos, onde estaria aquele sofredor para registrar o momento. Preparei minha máquina digital e, ao avistá-lo novamente, parei o carro e o fotografei. No instante seguinte em que me pus a observá-lo mais detidamente, os caibros escorregaram-lhe das mãos cansadas e caíram-lhe dos ombros. Imediatamente, apareceu um outro homem para ajudá-lo, seguido, logo após por um terceiro. Percebi que os três eram amigos e que, provavelmente, trabalhavam juntos, todos com a mesma aparência sofrida de trabalhadores braçais. 
Desci do carro e tentei conversar com eles, mas se assustaram e disseram que não podiam parar porque “estavam trabalhando naquele momento”. Insisti e um deles me disse que as vigas eram para reforçar suas frágeis casas, ameaçadas pelo mau tempo (frio e chuva). Haviam recolhido os madeiros em um contêiner de entulhos na rua - restos que as pessoas costumam descartar, mas que para eles eram como se fossem madeiras nobres naquela situação angustiante e precária. Triste cena aquela! Que impotência a minha diante de tal situação. Incapaz de poder ajudá-los melhor naquele momento, despedi-me e segui meu trajeto.



Segui mais umas quatro quadras e deparei-me com outra cena: um homem (sobre a aparência, vocês mesmos podem ver na foto abaixo) separava do lixo papelão e papéis que iria vender por R$0,20 o quilo. Perguntei se não se importaria que eu tirasse uma foto de sua digna atividade. “Tudo bem” - disse ele, com certa naturalidade por ainda poder ter algo que lhe "garantisse" o sustento básico. Fiquei surpreso com a atitude positiva daquele homem, apesar de tal situação penosa.



Fiz questão de cumprimentá-lo, de apertar sua mão calejada, sofrida e valiosa e de poder transmitir a ele um pouco do alento de Deus. Sorriu contente e agradeceu-me pela atenção, sabendo que pouquíssimas pessoas fazem isso. 
Em tempos nos quais há tanta gente corrupta e inescrupulosa roubando o que poderia realmente ajudar pessoas como aqueles que hoje olhei - com os olhos que o Senhor Deus me permitiu perceber - pensei no bem que podemos fazer com simples atos de bondade e de caridade. Um simples parar, olhar e conversar com certas pessoas como essas creio que é realmente divino.
Como cristão, hoje escrevo pelos miseráveis, pelos pobres, pelos que andam nessas ruas, suando e trabalhando como podem, que não se entregaram ao vício, que lutam pelo seu sustento com as poucas ferramentas, os poucos recursos que têm.

Compartilhem essa história REAL, VERDADEIRA que precisa ser reescrita!

Quando sairemos de nossa comodidade, da indiferença e tomaremos uma atitude mais digna?

Alguém dirá: o governo que faça!

Façamos NÓS TODOS o que podemos fazer também! Há muita coisa que está ao nosso alcance!
Vamos deixar a mediocridade de lado, a frieza de espírito e devolver para Deus o que Ele nos deu tão benignamente!

Dai de graça o que de graça recebeste! (Mt. 10:8) 

Que o Senhor ilumine os corações e mentes de todos nós para que cada um haja conforme a sua consciência e busque praticar o bem nas pequenas coisas, na caridade, no AMOR ao próximo. 
O frio que mata verdadeiramente é o da INDIFERENÇA, o da cegueira moderna que insiste em passar ao longo da estrada, mantendo-se distante do próximo e fingindo não o ver carregar o pesado madeiro da indiferença!